Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, III Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

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Modernidade, globalização, identidades e ensino de História
Jean Carlos Moreno

Última alteração: 2017-10-10

Resumo


Vivemos tempos de incertezas. Os fundamentos do mundo moderno são novamente questionados.  O  pacto  que  proporcionou  o  funcionamento  da  sociedade  civil  nos  Estados Nacionais Modernos está em xeque. Por um lado, pensadores como o filósofo, historiador e pedagogo alemão Jörn Rüsen e o filósofo canadense Charles Taylor, contemporaneamente, têm ressaltado que é fundamental insistir e alargar as bases da modernidade e do humanismo de  padrão  iluminista  para  repensar  as  identidades  históricas,  em  um  mundo  global policêntrico  pautado  na  interculturalidade.  Num  outro  caminho,  os  estudos  pós-coloniais, africanos,  asiáticos  e,  especialmente,  latino-americanos,  colocam-nos  diante  de  fantasmas bem mais assustadores decorrentes da modernidade e da globalização, ambas lidas como um aprofundamento da desigualdade e da assimetria de poder e condição socioeconômica entre os povos.  Os  enfrentamentos  necessários  para  promover  uma  descolonização  do  mundo contemporâneo são muito mais intensos e radicais. É preciso abrir espaço para uma gama de outras  vozes  e  histórias  dissonantes,  até  dissidentes  –  indígenas,  negros,  mulheres, colonizados, grupos minoritários, os portadores de sexualidades policiadas, imigrantes, etc. A História e o ensino escolar de história, nas suas concepções contemporâneas, são filhos diletos da modernidade e, portanto, estão envoltos e mergulhados nos dilemas e encruzilhadas que acabamos de descrever. Que história ensinar nas escolas? Reforçamos o humanismo e a nossa herança ocidental? Partimos para enfrentamentos maiores na perspectiva da descolonização dos currículos, das práticas e das mentalidades? Em busca de reflexões que possibilitem não respostas  definitivas,  mas  apontem  alternativas  e  caminhos,  a  presente  comunicação  traça considerações,  através  de  análises  comparativas,  sobre  algumas  das  proposições contemporâneas para o ensino e a aprendizagem da História, prospectando as possibilidades da transposição destas discussões para a realidade brasileira.

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