Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, IV Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237-4078

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Mulheres no crime: rompendo com o patriarcado (1935-1983)
Geovana Betu

Última alteração: 2021-06-12

Resumo


O presente trabalho trata-se de uma análise sobre processos criminais que possuem mulheres indiciadas. Tal reflexão se deu a partir da dissertação em andamento “Mulheres no Crime: Ações e Reações na Comarca de Mallet/PR (1935-1995)”. Buscamos compreender as motivações e quebrar possíveis estereótipos, como, por exemplo, comentários de que as mulheres seriam incapazes de cometer violência, possuindo comportamentos como docilidade e submissão. Diante dos processos, identificamos que as mulheres são capazes de cometer atos de violência, motivadas pelo álcool, em situações de perigo ou para proteger sua honra e sua família, por exemplo. Observamos, ainda, que as justificativas apresentadas por homens e mulheres ao cometerem crimes são semelhantes, principalmente no que diz respeito à honra. Agir em defesa da honra era algo comum da época, pois era o principal adjetivo para qualificar uma pessoa. Sendo parte essencial do capital simbólico da família, deveria ser mais protegida e preservada possível. A honra da mulher estava ligada ao papel de boa filha, esposa e mãe. A mulher não deveria se deixar levar pelos prazeres da vida, assumindo e cumprindo a sua função, com uma boa índole. Nos autos, encontramos mulheres que foram resistentes ao sistema patriarcal, sujeitas de suas histórias, buscaram espaço e visibilidade, sendo ouvidas na sociedade de uma maneira não convencional. Mulheres que, mesmo distantes de movimentos feministas, foram resistentes e lutaram por igualdade.

Palavras-chaves: Mulheres, processos criminais, homicídio.


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