Partindo do conhecimento do conceito de “paisagem sonora” cunhado por R. Murray Schafer (2012, 2019) e da expressão da diversidade cultural de um espaço presente na sonoridade musical, busco neste artigo compreender a influência do ambiente no desenvolvimento do rap no Brasil, com um olhar de especificidade para a comunidade da Tapera, em Florianópolis - Santa Catarina. A cena do hip-hop produzida no bairro refletiria, de acordo com esse olhar, as peculiaridades, problemáticas e dinâmicas sociais, culturais e de identidade desse ambiente em específico, observadas a partir de 20 produções musicais e audiovisuais de artistas da região, no período de 2017 a 2020. Igualmente, objetivo uma reflexão sobre o desenvolvimento da cena do hip-hop na cidade de Florianópolis através da ótica de Angela Maria de Souza (1998, 2009), da relação do rap com a música popular brasileira sob a ótica de Miriam Hermeto (2012) e Luiz Tatit (1996) e suas inserções, transformações e diversificações até os dias atuais, sob o olhar do antropólogo Ricardo Teperman (2015).

Palavras-chave: rap, periferia, paisagem sonora, cultura, identidade.