Nos anos de 1970, Uma Teoria da Justiça de John Rawls apresentou a família como uma instituição social básica, co-responsável pelo desenvolvimento do senso de justiça e pelo cuidado e educação das futuras gerações. No entanto há um silêncio sobre o funcionamento interno desta instituição e os abusos cometidos dentro dela. Críticas e propostas advindas dos Estudos Feministas e de Gênero procuraram enfrentar este silêncio apontando alternativas para se pensar a família e suas relações internas sob o ponto de vista da justiça. Este artigo apresenta parte dessas discussões e aponta para a necessidade de elaboração de políticas públicas que sigam uma via média, conforme o modelo de  justiça bidimensinal proposto pela teórica Nancy Fraser.