O golpe civil-militar de 1964 é retratado nos periódicos, predominantemente, pela via da generalização de discursos acerca da reação da população frente a este conturbado momento político, característica que imprime uma espécie de formalização da maneira de pensar, pautada em uma suposta “tradição democrática e cristã” restabelecida pelo movimento político-militar. Neste artigo pretendo discutir o processo histórico do golpe de 64, por meio das mudanças e conflitos sociais engendrados por sujeitos históricos de carne e osso, com vontades e percepções que escapam, na medida do possível, aos poderes instituídos, pois estão em constante processo de elaboração e reelaboração de si mesmos.