Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, II Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

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Usos do passado, invenção das tradições: o caso de Benin
Alessandra Buriol Farinha

Última alteração: 2014-09-25

Resumo


Nesse trabalho buscamos discutir de que forma os usos do passado, a invenção de tradições pode inferir em movimentos ou manifestações culturais. O objeto pesquisado ocorre em Ouidah, no Benin Ocidental, noroeste africano, e as relações de usos do passado da escravidão e invenção de tradições, principalmente em consequência do aumento da demanda do turismo no local. O método utilizado é o estudo de referências específicas e a análise de caso de Ouidah, tomando-se como referência o trabalho do antropólogo Gaetano Ciarcia (A suspensão do passado da escravidão no Benin meridional). Na revisão teórica, serão discutidos a memória e o esquecimento (CANDAU, 2011; RICOEUR, 2007), invenção das tradições (HOBSBAWH; TERENCE, 2008), ativações patrimoniais (PRATS, 1998), de forma a problematizar até que ponto se pode inferir em bens culturais para geração de capital. Como resultados parciais, pode-se afirmar que em Benin a experiência social da escravidão é dissimulada para a obtenção de vantagens, principalmente que advém do turismo cultural e religioso. O vodum é uma das tradições que sofrem o processo de invenção, adaptação e patrimonialização. O objeto principal deste apelo memorial é a época do tráfico negreiro, temática que remete conflitos de memória, de ocupação do espaço por monumentos, dentre outros.

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