Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, II Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

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Roma, Cidade Aberta (1945): locais narrativos num cinema de vidência
Karen Christine Rechia

Última alteração: 2014-09-25

Resumo


O filme que mobiliza a análise, Roma, cidade aberta (1945), de Roberto Rosselini, circunscreve-se a uma cinematografia do pós-guerra, denominada de neorrealismo italiano, porém gestada na própria guerra e a partir de seus desdobramentos. O objetivo é discutir como as imagens cinematográficas podem ao mesmo tempo adensar e movimentar o lugar-cidade em nossa memória espaço-temporal, sendo ao mesmo tempo recriado por experiências individuais e coletivas. A cidade cinemática, portanto, é uma cidade narrativa, que ganha existência no filme, mas que não se encerra nele. Neste sentido opera-se com o conceito deleuziano de imagem-tempo, importante para caracterizar um tempo emancipado do movimento, por uma apresentação direta do tempo. A relação com o tempo estabelece um outro regime de imagens e um outro tipo de narrativa. São estes dois movimentos que permitem a Deleuze (2005) diferenciar ou identificar o que ele chama de imagem-movimento – no cinema clássico e imagem-tempo – no cinema moderno. Este segundo movimento permite acionar uma função do olhar como vidência. Amplia o objeto percebido em círculos, relacionando-o com imagens-lembrança. Dessa forma, pode-se inferir que uma noção de rememoração possibilitada pelo cinema, para Deleuze, está associada ao cinema neorrealista. É um cinema de indecisões, de rupturas, de não-linearidade, uma realidade que filmada possibilita inúmeras variações.

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