Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, II Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

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Os mapas nos livros didáticos e a construção de conceitos coloniais
Pedro Berutti Marques

Última alteração: 2014-09-25

Resumo


Este trabalho investiga conceitos implícitos nos mapas utilizados nos livros didáticos de História em duas coleções: “Saber e fazer História” e “História em documento: imagem e texto” sobre três categorias-chave abordadas por Boaventura Sousa Santos no texto “O fim das descobertas imperiais”: o Ocidente (a civilização), o Oriente (o outro civilizacional) e a África (o selvagem). As representações gráficas serão percebidas através de duas dimensões analíticas: do seu uso político e ideológico e consequentemente na construção de fronteiras territoriais; e epistemolicamente, a primazia dos saberes ocidentais na construção dos mapas. Analisando os livros didáticos, os mapas contribuem para a construção de um conceito de civilização eurocêntrico, priorizando representações políticas e baseadas no domínio das “descobertas imperiais”. A alteridade do outro, especificamente na África, é anulada: o território é percebido como uma massa amorfa a ser conquistada e que será conquistada num espaço de duas décadas. A própria divisão do mundo em regiões hierarquizadas numa escala civilizacional advém da construção desse mundo no contexto do Imperialismo: o “descobridor” descobre o outro primeiro por meio das ideias, e depois empiricamente. Esse primeiro contato (imaginário) revela a ideia etnocêntrica, a ideia da inferioridade do outro. O segundo contato (real) legitima e aprofunda o imaginário pré-concebido, justificando a construção de relações desiguais, como no Imperialismo.

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