A promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971, tornou obrigatório a formação tecnicista de segundo grau e contribuiu para a reconfiguração do ensino escolar de todo o Brasil. O Estado do Paraná manteve-se firme para atender aos interesses dessa legislação, que, por meio do Serviço de Orientação Educacional desenvolvido nas escolas, contribuiu para que a proposta de ensino construída para as escolas do estado, existisse a “sondagem de aptidões” com a finalidade de melhor “qualificar para o trabalho”. Com o objetivo de compreender parte desse processo, como um estudo de caso, junto a documentação da Escola Tiradentes, instituição que integrava o Complexo Escolar Estadual do Paraná, busca-se perceber como parte das ações desenvolvidas nessa escola contribuíram para fortalecer distinções e desigualdades de gênero já existentes. Para isso, foram selecionados documentos produzidos pelo Serviço de Orientação Educacional da instituição, correspondente ao ano de 1980, referente às turmas de estudantes masculinos. Acredita-se que por meio dessa fonte é possível identificar parte dos interesses e concepções de ensino, das expectativas construídas em torno dos/as estudantes adolescentes, da concepção de masculinidade e das configurações do mercado de trabalho da época.

Palavras-chave: Educação para o Trabalho, gênero, masculinidade.