Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, IV Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237-4078

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Rememorar, contar, resistir: vínculos, afetos e resistências nas memórias de mulheres sobre a luta contra a ditadura brasileira
Lara Lucena Zacchi

Última alteração: 2021-06-16

Resumo


Ao refletir sobre os eventos históricos do período ditatorial brasileiro, considero suas rupturas e reminiscências no tempo presente. Nesse sentido, proponho analisar a ditadura militar brasileira a partir de memórias de mulheres que tornaram públicas suas vivências de luta, ressaltando as relações de gênero articuladas por elas. Objetivo, ao considerar as diferentes formas de resistências encontradas por essas mulheres quando submetidas à violência ditatorial, atentar para as redes de amizade, vínculos e sociabilidades entre mulheres mobilizadas por suas memórias ao longo do tempo. Para tanto, analiso testemunhos vinculados ao livro de memórias “Tiradentes, um presídio da ditadura” (1997), ao audiovisual “Memórias femininas da luta contra a ditadura militar” (2015) e ao filme “Torre das Donzelas” (2018), de Susanna Lira. A partir dos aportes teórico-metodológicos dos estudos de gênero, da história das emoções e da história do tempo presente, compreendo maneiras pelas quais essas mulheres rememoram e ressignificam suas vivências de luta e resistência contra a ditadura brasileira, mobilizando uma memória coletiva que ecoa significados no presente e articula tempos históricos. Por fim, percebo as redes de afetos, vínculos e sociabilidades entre essas mulheres como formas de resistência e luta contra o período ditatorial. Ainda, na medida em que são retomadas por memórias, entendo que essas redes continuam atuando como formas de disputas no tempo presente.

Palavras-chave: Ditadura militar brasileira, memória de mulheres, relações de gênero, resistências.


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