Última alteração: 2021-06-13
Resumo
Pesquisa de Doutorado – em andamento – que propõe uma percepção da modernidade a partir de conceitos singulares-coletivos que remetem às experiências de tempo e de espaço que a constituem. Uma concepção moderna de natureza, enquanto sistema passível de desequilíbrio antrópico e constituída a partir de uma experiência global do espaço; e uma concepção moderna de história, experimentada como ruptura com o passado através de noções temporais e teleológicas como as de progresso e aceleração. Desta perspectiva, formula a hipótese de existir uma contradição inerente à modernidade, na medida em que produz um crescente afastamento entre uma temporalidade progressista, de expectativas ascendentes e infinitas, e uma espacialidade globalizadora, de expectativas descendentes e finitas. Assim, a origem de importantes fenômenos que caracterizam o tempo presente, como o ambientalismo e a “crise de identidades”, pode ser compreendida como uma reação à aceleração dos processos de globalização, que teria radicalizado a percepção de finitude dos recursos naturais, fazendo com que a instalação de um futuro-presente descendente e/ou pessimista viesse a contribuir para o esvaziamento das noções de progresso e para a expansão de um certo passado-presente. A valorização de categorias como memória, patrimônio e identidade seria constituinte desta outra experiência de tempo, como deverá ser demonstrado a partir da análise do processo de construção das identidades étnicas em Santa Catarina.
Palavras-chave: Modernidade, espaço, tempo, identidades étnicas, Santa Catarina.