Por meio da proposta em estudar a historicidade do patrimônio catarinense e de seus artefatos culturais, com base nas políticas de memória/culturais acerca do bem, nas conexões temporais entrecruzadas pelos fatos históricos e no caráter social empregado na produção artística de Victor Meirelles de Lima, pretende-se colaborar ainda mais na apreensão acerca do conhecimento histórico local, levando em conta as narrativas históricas envoltas pelo Regime Monárquico Brasileiro. Para tanto iremos problematizar os usos e os modos de transmissão/representação social e global de suas obras, frente ao vasto legado deixado por Victor, a importância da Academia Imperial de Belas Artes (AIBA) na formação científica, humanística, política e ideológica dos artistas assim como a usabilidade do museu enquanto espaço de educação/interação histórica. Marcada pelo neoclassicismo, a academia foi criada pelo governo imperial no período da Monarquia no Brasil e tinha como finalidade promover o ensino das Belas Artes no país, de modo a criar elementos de caráter civilizador na sociedade brasileira. Nesse contexto de produção é que estão situadas as obras de Victor Meirelles, considerado um grande pintor brasileiro que estudou e obteve uma sólida formação nesta academia, respeitando as regras estéticas, políticas e ideológicas atreladas ao mecenato do Estado monárquico da época.

Palavras-chave: Academia Imperial de Belas Artes, patrimônio cultural, Victor Meirelles de Lima.