Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, IV Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237-4078

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O negacionismo climático no Antropoceno brasileiro: as políticas do tempo em A Farsa Ianomâmi (1995), A Máfia Verde (2001) e Psicose Ambientalista (2012)
João Pedro Garcez

Última alteração: 2021-06-13

Resumo


Esse trabalho analisa a forma como o tempo é performatizado em três fontes: A Farsa Ianomâmi (1995) de Carlos A. Menna Barreto, A Máfia Verde (2001) de Lorenzo Carrasco e Psicose Ambientalista (2012) de Dom Bertrand de Orleans e Bragança. Esses livros, embora tenham algumas divergências e representem segmentos políticos distintos (militares, ruralistas e monarquistas), compartilham uma estratégia discursiva para lidar com as mudanças climáticas: nos três livros, o “ambientalismo” é tido como uma arma geopolítica contra a soberania do Brasil sobre seu território, subsumindo, assim, as mudanças climáticas à uma geopolítica de guerra. A partir do argumento das fontes, refletimos sobre o negacionismo como resposta política à crise climática no presente, atentando a como, no caso brasileiro, essa resposta se articula com uma imaginação de futuro ao Brasil que não se difere estruturalmente da situação da colônia – isso quando a colonização não é abertamente defendida como projeto. Para isso, pensamos essa orientação a um passado colonial (passado-presente, diga-se) dentro do contexto de fechamento de futuro e crise da experiência moderna de tempo, entendendo o Antropoceno como um evento que não somente é um fator de ‘baixa’ do futuro, mas também um promotor de diferentes respostas à crise, instaurando uma espécie de conflito entre políticas do tempo e imagens de futuro.

Palavras-chave: Negacionismo climático, Antropoceno, políticas do tempo, Brasil.


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