Última alteração: 2021-06-16
Resumo
A atual situação do Programa Espacial Brasileiro (PEB), no âmbito da definição do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) assinado entre o Estado brasileiro e os Estados Unidos da América, traz um precedente em que se discute o paradigma da Soberania Nacional frente ao interesse de manutenção do monopólio espacial estadunidense em detrimento da “invisibilidade expropriadora”, na qual as comunidades remanescentes quilombolas do município de Alcântara-MA vêm sofrendo a perda de suas territorialidades ao longo dos 40 anos de instalação e tentativa de expansão do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), para assim consolidar o Centro Espacial de Alcântara (CEA) como um Polo Mundial de Lançamento de Veículos Espaciais, que assim se definiria como mero enclave comercial dentro da retomada da corrida espacial, extrapolando para uma estratégia geopolítica desconsiderada com o atual AST, não fugindo das características imperialistas do primeiro arquivado no Governo Lula, em 2003. As entidades que atuam na defesa das comunidades remanescentes quilombolas de Alcântara-MA apresentam-se, na contemporaneidade, não dissociadas de uma luta identitária e de soberania nacional, buscam incorporar uma perspectiva de denúncia de novos paradigmas no que compromete a relação neoliberal do “novo imperialismo” através da “acumulação por desapossamento”, caracterizando assim uma metodologia dentro do materialismo histórico e dialético, para além da ortodoxia marxiana, no âmbito da “colonialidade do poder”.
Palavras-chave: Comunidades remanescentes quilombolas, “Novo Imperialismo”, Programa Espacial Brasileiro.