A história do tempo presente evidencia o estudo de temas que entrelaçam engajamento político e pesquisa acadêmica. Nesta perspectiva, a interpretação do historiador e a suposta parcialidade de seu testemunho revelam-se como uma especificidade a ser compreendida. Não obstante o clima de tensão que envolve sua construção, a presença permanente e, mesmo, necessária do seu discurso historiográfico adentra currículos, manuais escolares e uma infinidade de suportes que influenciam nos processos de construção da consciência histórica. Considerando uma série de acontecimentos que repercutiu no cenário político brasileiro dos últimos anos, como o “impeachment” que depôs a presidenta Dilma Rousseff e a ascensão de Michel Temer, investigamos narrativas de jovens acerca do Brasil do tempo presente. A pesquisa foi realizada em uma escola pública estadual da cidade de São Paulo/SP e contou com a participação de 127 estudantes, com idades entre 14 e 18 anos, dos gêneros masculino e feminino, matriculados no 1º ano do Ensino Médio. As narrativas dos informantes foram construídas mediante a proposição de um instrumento escrito e analisadas com auxílio do software IRAMUTEQ. Os dados são apresentados por meio de uma análise de similitude que expõe a correlação entre as palavras mais frequentes das narrativas. Dentre as principais ideias, destacou-se um tempo presente marcado pela noção de “crise”, justificado por um passado, marcado por “escravidão”, “preconceito”, “ditadura” e “corrupção”.

Palavras-chave: Ensino de História, consciência histórica, jovens, História do Tempo Presente.