Última alteração: 2021-06-12
Resumo
Todos possuímos o direito de contar nossas próprias histórias a partir das nossas vivências, contrapondo-se à herança da colonialidade, que difunde a ideia da existência de uma história única – a partir do ponto de vista eurocentrado (MORTARI, GABILAN, 2017, p. 60). Nesta chave, o Vale do Itajaí, microrregião de Santa Catarina, é vendido turisticamente como o Vale Europeu. Uma história única construída na predominância da memória de grupos étnicos como alemães e italianos, partícipes do projeto colonizador do Estado durante o Império. Esse movimento silenciou a história de povos originários como os Laklãnõ-Xokleng, que se estabeleceram/estabelecem neste mesmo espaço. A colonialidade que formata as identidades e transforma o pensamento europeu em universal continua forte e presente na região. As histórias precisam ser “contadas por todas as vozes”, como defende (MUNDURUKU, 2010, p. 5). E estas vozes sempre estiveram presentes, os Laklãnõ-Xokleng ocupam historicamente o Vale muito antes dos europeus, só precisam ser ouvidos. A pesquisa parcial apresentada neste simpósio busca expor vivências e narrativas deste povo, encontrados nos trabalhos de conclusão do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica (UFSC), contribuindo para uma interpretação da história regional pelo viés do indígena, privilegiando fontes orais de uma cultura ágrafa e propondo ler, a contrapelo, documentos conhecidos de uma história que ficou despercebida. (MONTEIRO, 1999. p. 238)
Palavras-chave: História Regional, Laklãnõ – Xokleng, narrativas, TCCs, mulheres.