Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, IV Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237-4078

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Pensar a decolonialidade para romper com as dicotomias postas: gênero, raça, espécie e meio ambiente
Natalia Ferreira

Última alteração: 2021-06-16

Resumo


O presente caótico que se apresenta a nós hoje irrompe um fato: a raça humana pode provocar sua própria extinção se continuar a predar a natureza. O Capitaloceno é o tempo em que o antropocentrismo demonstra sua voracidade, e mais do que nunca, é necessário pensar a história de modo a expor a colonialidade e seus aspectos inseparáveis, como defendia María Lugones. É na ancestralidade, nos povos da floresta, nas "epistemologias fronteiriças", como postula Walter Mignolo, que se encontram as distintas relações com a natureza, cosmologias que compreendem o ser humano como parte inseparável desta; como defende o antropólogo Bruno Latour, a dicotomia cultura/natureza está fadada a deturpar possibilidades de interpretações entre partes do mesmo coletivo, e essa dicotomia é uma das faces da colonialidade da natureza. Desde a década de 1980 tem tomado força o campo de estudos decoloniais, que muitas vezes dialogam com os estudos ecofeministas, trazendo alternativas voltadas para o Bem Viver (derivado de Sumak Kawsay, conceito quéchua), para a pluriversidade das relações comunais e propostas de contra-pedagogias da crueldade (Rita Segato). Neste trabalho, analiso discursos que evidenciam os diferentes aspectos da colonialidade, presentes em casos de violência de gênero, racismo (aqui inclui-se ambiental), bem como expressões de hábitos de consumo como propagandas, a partir das quais analisam-se as intersecções entre as opressões; o debate pretende trazer possibilidades de superação.

Palavras-chave: Colonialidade, discurso, bem viver, ecofeminismo.


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