A atuação de igrejas e lideranças religiosas (neo)pentecostais durante a pandemia vem ganhando destaque no Brasil e no mundo com ações polêmicas marcadas por desinformação, minimização dos efeitos da Covid-19 e alinhamento com discursos políticos hostis a ciência e ao conhecimento. Esse cenário trás para o centro do debate os limites entre o interesse público e a crença religiosa privada, e como as orientações religiosas em tempos de crise sanitária podem ser catastróficas, se não mediadas por diretrizes sanitárias coletivas coordenadas pelo poder público e organizações de saúde. Usando como plano de fundo as relações estreitas entre o Governo federal e grupos pentecostais no contexto nacional de epidemia da Covid-19, esse trabalho vai buscar investigar como se dão essas associações na esfera estadual analisando a atuação durante a pandemia dos cinco deputados estaduais de Santa Catarina, que também atuam como pastores em igrejas evangélicas. Quais medidas políticas tem sido adotadas por esses parlamentares num panorama regional durante a crise sanitária e econômica, quais Projetos de Lei tem sido elaborados e como se articulam seus discursos políticos sobre o tema pandemia durante as sessões na Assembleia legislativa. A metodologia utilizada na pesquisa será a abordagem conceitual do político de Pierre Rosanvallon (2010), na perspectiva de reconstruir o modo pelo qual os indivíduos, os grupos e a sociedade elaboraram a compreensão de sua situação histórico-político.

Palavras-chave: deputados evangélicos, pentecostalismo, Covid-19.