Última alteração: 2021-06-13
Resumo
O presente trabalho pretende apresentar reflexões levantadas a partir do estudo do arquivo pessoal de Plínio Barreto. Barreto participou ativamente da política estadual paulista e nacional durante as conturbadas décadas de 1930 e 1940. Redator-chefe do jornal O Estado de S. Paulo suas ações políticas estavam, notadamente, voltadas para os pilares do liberalismo: as liberdades individuais, a democracia e/ou o autoritarismo (CAPELATO, 1989) e, principalmente, a propriedade privada. O pensamento liberal norteou a ação de um grupo intelectual, especialmente em um contexto de aprofundamento do capitalismo industrial no país (MICELI, 2011). A proposta é apresentar as redes de sociabilidade que se articulavam em torno do grupo do Estadão, percebendo que estas redes se ligavam em três pontos: a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, o jornal O Estado de S. Paulo, e a política institucional. As cartas aqui estudadas constituem-se numa documentação estratégica para a compreensão destas redes de relações políticas, culturais e intelectuais do período, levando-se a refletir sobre o mundo político de maneira renovada. Assim, a categoria de culturas políticas torna-se central, sabendo-se que o político é um ponto de confluência de diversas ações e que auxilia na compreensão do tecido social (REMOND, 2003). Entende-se que este tripé é central para compreender o desenvolvimento de um projeto liberal republicano que ainda reverbera neste tempo presente.
Palavras-chave: São Paulo, Movimento de 1932, liberalismo, arquivo pessoal, Plínio Barreto.