Última alteração: 2021-06-16
Resumo
O presente trabalho investiga a possibilidade de existência de musicologias decoloniais. Partindo do debate em torno do prefixo “etno”, agregado a musicologia durante o século XX, utilizado para diferenciar os estudos da musicologia europeia e eurocêntrica dos estudos da musicologia dos trópicos, com grande efeito comparativo, a hipótese aqui levantada é que a coleta, análise, escrita e interpretação da música contextualizada no Sul Global pode ser realizada a partir das práxis decoloniais. A eliminação do “etno”, prefixo utilizado como marcador da diferença na chamada antropologia da dominação, e a realização de uma etnografia do poder, parte da antropologia decolonial, são de suma importância para que uma musicologia decolonial possa existir. Nesse sentido, a epistemologia decolonial se soma aqui a História do Tempo Presente, com o objetivo de refletir acerca das permanências do colonialismo na América Latina, configurando um presente de colonialidade acerca de um passado que não passou.
Palavras-chave: decolonialidade, etnomusicologia, Sul Global, música dos trópicos.