Este trabalho tem por objetivo analisar, através de testemunhos orais, livros de memória e autobiografias, algumas narrativas de mulheres que militaram contra a ditadura brasileira sobre seus relacionamentos afetivos durante o período ditatorial (1964 – 1985). Procura-se observar o uso da emoção e do gênero nas construções das narrativas destas militantes. Assim como entender a complexidade dos afetos e das relações de poder e de gênero que constituíam e rodeavam esses casais. Elas viveram tempos de revolução: nos costumes, nos relacionamentos e nas sexualidades. Buscaram a quebra de valores conjugais como a superioridade do marido sobre a mulher, e passaram a valorizar o matrimônio como um espaço de gratificação sexual, amor e companheirismo, enquanto resistiam a ditadura que assolava o país. Este trabalho procura perceber também o efeito de “ser casal” na militância: nas ações, na divisão de tarefas, na clandestinidade e na prisão.

Palavras-chave: gênero; casais militantes; ditadura; mulheres militantes.