Última alteração: 2021-06-16
Resumo
Aqui propomos um debate a partir das transcrições de entrevistas realizadas pelo Museu da Imigração de São Paulo com imigrantes chineses no ano de 1997, em diálogo com as elaborações de teóricos dos estudos de memória e, como um referencial nos estudos de imigração, nos apoiamos em Abdelmalek Sayad. A diáspora chinesa, iniciada por volta de 1950, é razoavelmente estudada no mundo todo, mas ainda objeto de poucos trabalhos no Brasil. Os já existentes muitas vezes não focam em “ondas” específicas, correndo o risco de homogeneizar demasiadamente um grupo muito diverso de chineses ultramarinos. Aqui, portanto, optamos por focar na primeira década desta diáspora escolhendo as entrevistas de chineses que chegaram ao Brasil entre 1950 e 1960, em sua maioria vindos de Hong Kong e nativos do Cantão. Um outro enfoque que priorizamos são as expectativas e narrativas destes imigrantes a respeito de seus filhos, nascido ou ao menos crescidos no Brasil. Esta análise foi estruturada em três eixos principais. No primeiro, investigamos a configuração da comunidade chinesa em São Paulo a partir das entrevistas, e debatemos se é possível pensar em uma memória coletiva deste grupo. No segundo, focamos nos trechos nos quais os entrevistados esboçam algum tipo de identidade a respeito de si próprios e do grupo de imigrantes como um todo. No último, reunimos as reflexões a respeito da metodologia da história oral suscitadas pelas discussões anteriores.
Palavras-chave: imigração chinesa, história oral, memória.