Última alteração: 2021-06-16
Resumo
Em toda a América Latina as ditaduras militares que marcaram a década de 1970 figuraram como ponto de inflexão tanto para os processos políticos que se seguiram quanto para a maneira como as Humanidades elaboraram formas de refletir sobre acontecimentos traumáticos e definidores do campo político e social. No Brasil, mesmo 35 anos após o fim oficial deste período, a ditadura é constantemente evocada em discursos oficiais e entre diversos setores da sociedade civil, seja para reforçar a necessidade de superação do passado repressivo, seja no compromisso de positivar a experiência ditatorial. Esta dualidade discursiva tem ganhado mais destaque após as últimas eleições, em 2018, e principalmente com a efetivação do novo governo, em 2019. Considerando a preponderância desta questão no último ano, esta apresentação visa expor como as produções em História e particularmente em História do Tempo Presente têm apresentado análises a esse respeito, bem como quais as maneiras metodológicas e teóricas que a área tem potencial de apresentar para contribuir com análises que visam compreender este fenômeno.
Palavras-chave: História do Tempo Presente, pós-ditadura, historiografia, Brasil.