Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, IV Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237-4078

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A Penitenciária Feminina Madre Pelletier: um lugar de prisão no mapa da repressão da ditadura civil-militar brasileira (Porto Alegre, 1969-1979)
Maria Eduarda Magro

Última alteração: 2021-06-13

Resumo


Entre as graves violações de direitos humanos perpetradas pelo Estado durante a ditadura civil-militar, conforme apontado pela Comissão Nacional da Verdade (BRASIL, 2014, p. 279), estão as detenções realizadas por motivações políticas, principalmente no que tange ao seu caráter ilegal, arbitrário e excessivo (BRASIL, 2014, p. 280). Enquanto as experiências traumáticas advindas de violações sofridas em espaços demarcados pela tortura física ganham centralidade na produção historiográfica sobre o tema, a detenção política em instituições prisionais apenas recentemente vem sendo discutida. Nesse sentido, o presente trabalho busca contribuir com as investigações que se debruçam sobre as particularidades do cárcere político em lugares de prisão. Para tanto, partimos do estudo de caso da Penitenciária Feminina Madre Pelletier, localizada em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul. Gerida, à época, por freiras da Congregação Bom Pastor d’Angers, essa instituição prisional foi responsável pelo encarceramento de, ao menos, dezesseis mulheres militantes de esquerda enquanto presas políticas, entre os anos de 1969 e 1979. À luz de relatos de prisão anexados aos processos de indenização movidos por essas mulheres, assim como de testemunhos orais coletados para a pesquisa, buscamos analisar as especificidades do cárcere político feminino em uma instituição prisional, evidenciando ainda como as violações deferidas contra as detentas foram ressignificadas nesse espaço, a partir da mobilização de novos dispositivos de controle e subjugação.

Palavras-chave: Ditadura civil-militar, prisão política, mulheres militantes, lugar de prisão.

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