Neste artigo problematiza-se a questão de como são tecidas percepções sobre gênero e loucura a partir de um tipo de documento, os laudos periciais que servem a processos cíveis de interdição. Considera-se que através da análise discursiva de tais documentos é possível esquadrinhar formas e conteúdos das percepções relativas às relações de gênero no cotidiano social, relacionando tais percepções com a construção da normalidade ou anormalidade – vista como loucura – de determinados sujeitos. A discussão de tais questões é realizada através da análise de laudos periciais, respectivamente produzidos entre os anos de 1922-1926 e 1926-1928.