A comunicação tem como objetivo estudar no epistolário do médico e memorialista Pedro da Silva Nava (1903-1984) depositado no Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, da Fundação Casa de Rui Barbosa, um conjunto de missivistas-leitoras que se tornaram correspondentes contumazes a partir da leitura da obra memorialística do escritor. Essas missivas compõem um corpus documental em que é possível aferir a recepção dos livros de memórias, nos quais as missivistas criaram uma identificação com as personagens (reais ou imaginárias) da obra de Nava. Nesse jogo de espelhos, seguimos os fios e os rastros das missivistas-leitoras e vimos que a escrita de si (cartas, memórias, diários, relatos autobiográficos) transmite as leitoras uma impressão de verdade, o que permite que as suas vidas sejam relatadas ao memorialista.