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Os embates entre a imprensa feminista militante e a imprensa chamada feminina, aquela comercial voltada às mulheres, se evidenciam ao lançarmos o olhar sobre essas diferentes, para não dizer antagônicas, abordagens ao público feminino. Os feminismos contemporâneos, assim como suas publicações, emergiram no Brasil na década de 1970 muito engajados no marxismo e na luta contra a ditadura militar. Dentro dessa perspectiva, havia grande enfoque nas mulheres das classes trabalhadoras. Os debates sobre trabalho doméstico não foram exceção nesse aspecto, e afirmações como as de que mulheres das classes mais abastadas não executavam o trabalho doméstico em si, foram feitas. Inúmeros serviços que as mulheres de camadas médias ofereciam a seus grupos familiares, como escolher a escola mais apropriada para os filhos, levá-los a aulas de natação ou judô, preparar jantares para os colegas de trabalho do esposo ou planejar viagens de férias, que surgem repetidamente na Revista Claudia, não são atividades mencionadas pelos periódicos feministas quando abordam o trabalho doméstico, evidenciando a dissonância de discursos. É a partir da observação dessas representações conflitantes que esta comunicação busca explorar brevemente os diversos sentidos que forram atribuídos ao trabalho doméstico nestes meios de comunicação.