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Usos do passado e temporalidades: um estudo sobre os debates em torno da Comissão Nacional da Verdade (Brasil, 2008-2014)
Última alteração: 2014-09-25
Resumo
Esta pesquisa tem por objetivo realizar um estudo sobre os usos políticos do passado a partir das temporalidades subjacentes à implantação da Comissão Nacional da Verdade – entendida como uma política de memória elaborada pelo Estado brasileiro. Trata-se de uma análise da construção de determinados sentidos sobre a experiência pregressa e da articulação entre presente, passado e futuro constantes nesta iniciativa governamental de gestão da memória sobre a ditadura civil-militar, buscando identificar possíveis mudanças e permanências nos marcos da memória oficial. Parte-se do pressuposto que as estratégias de implantação do terror – vivenciada como um situação-limite –, e suas consequências, bem como a forma como foi realizado o processo de transição política, são fundamentais para a compreensão dessas representações e temporalidades. Assim, a CNV, enquanto uma política de memória, caracteriza-se por um processo coletivo de significação do passado recente, onde se procura orientar as ações e investigações entre “futuros passados”, “passados presentes” e “passados que não passam”. Esta constatação é importante para perceber-se como o terrorismo de Estado e seus efeitos residuais são capazes de alterar as estruturas básicas de definição de passado, presente e futuro.
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