Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, II Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

Tamanho da fonte: 
Um passado para esquecer: a trajetória política que os arenistas gaúchos não querem lembrar
Eduardo dos Santos Chaves

Última alteração: 2014-09-25

Resumo


Esta comunicação pretende discutir a memória construída por políticos gaúchos da extinta Aliança Renovadora Nacional (ARENA). A comunicação visa examinar como esses ex-arenistas sentem-se desconfortáveis ao falar a respeito de sua trajetória como parlamentar durante a ditadura e, dessa forma, constroem narrativas que os distanciam de quaisquer cumplicidades com o regime. O objetivo, nesse sentido, não é o de "corrigir" nem apontar as falsidades e os erros da memória, mas o de procurar entender como e por que antigos defensores da ditadura silenciam a respeito de sua atuação ao longo do regime. Ou seja, busco entender a historicidade dessas narrativas, suas permanências, mudanças, omissões, seleções e esquecimentos. Sendo assim, para a elaboração deste trabalho, enfatizo os depoimentos como novas metodologias que passaram a fazer parte do universo da história política, o que trouxe uma revalorização de suas concepções. Essa revalorização perpassa também a ideia de que a história política deve ser pensada como um campo mutável através do tempo e do espaço. Cabe informar que a ARENA embora tenha sido um partido que colaborava com a ditadura, sua trajetória não deve ser resumida a de um partido que servia aos interesses do regime. É importante pensar, antes de tudo, que na ARENA ocorreram disputas e discordâncias que permearam o partido, o que aponta para as relações complexas entre sociedade e ditadura.


Texto completo: PDF