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A atualidade da temática da infância em situação de risco na obra Capitães da Areia de Jorge Amado
Última alteração: 2014-09-25
Resumo
Ao lermos a obra Capitães da Areia de Jorge Amado, publicada em 1937, temos a impressão que questões sociais trabalhadas pelo autor perpassam nosso cotidiano atual. Os problemas vivenciados na “cidade da Bahia”, Salvador, poderiam ser a representação da realidade de algumas cidades brasileiras na contemporaneidade marcadas pela pobreza, violência, desemprego, desigualdades. No cerne da discussão da obra amadiana encontra-se um grupo de meninos, "de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezesseis anos", que vivem em situação de risco, residindo em um trapiche. Sobrevivem de pequenos furtos e golpes. As ruínas do velho trapiche insalubre era o lugar de moradia e armazenamento do que conseguiam dos delitos. À margem da sociedade, o grupo tinha por líder Pedro Bala, uma criança que cuidava das outras abandonadas, a maioria órfã ou com famílias em alto grau de miserabilidade. Partindo da leitura que fazemos hoje sobre “a infância em situação de risco”, Jorge Amado levanta inúmeros aspectos desta problemática, tais como: a falta de educação formal, exploração do trabalho infantil, as formas de punição e disciplinarização dos corpos infantis, desemprego dos pais, tudo isso confluindo para a ideia de que tal situação só seria superada pelo ideal comunista defendido pelo autor. Com base na interface história e literatura buscamos compreender como estas representações literárias de um tempo passado podem expressar configurações perceptíveis no tempo presente.
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