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A voz do suporte: análise de um manual de Educação Moral e Cívica em Florianópolis/1971
Última alteração: 2014-09-25
Resumo
A partir de 1964, com a implantação do Regime Militar no Brasil, todos os setores da sociedade deveriam passar pela reconfiguração prevista nos planos do governo. Diante disso emergiu a necessidade de sistematizar, no processo de escolarização, disciplinas escolares (CHERVEL, 1990) que dessem conta desta demanda. A Educação Moral e Cívica então, que já existia como prática educativa, em 1969 é instituída como disciplina obrigatória em todos os níveis e modalidades dos sistemas de ensino do país, através do Decreto-lei nº 869, de 12 de setembro de 1969. Este estudo analisa um manual escolar de Educação Moral e Cívica, de autoria de Jadyr Bhering Faustino da Silva e Ayrton Capella, produzido em 1970, que circulou na cidade de Florianópolis. A análise foi ancorada no diálogo com as premissas da cultura escrita de Antônio Castillo Gomez (2002), bem como a materialidade do suporte, foi abordada a partir dos conceitos da história do livro e da leitura, discutidos por Roger Chartier (1998). A investigação através destas perspectivas dá visibilidade às aproximações e distanciamentos do manual com a proposta do Decreto-lei, amplia o olhar sobre a relação da cultura escrita com os sistemas de ensino, entendida aqui como elemento da cultura escolar (VIÑAO FRAGO, 1995), e viabiliza o debate sobre algumas peculiaridades da produção didática em relação às demandas de um momento histórico específico.
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