Última alteração: 2014-09-25
Resumo
Este texto se vincula ao doutorado em andamento cujas questões buscam a construção historiográfica do objeto piquenique e seus correlatos na cidade de Florianópolis. O aporte teórico-metodológico utilizado se baseia em Roger Chartier, Michel de Certeau e Simon Schama. A Ilha de Santa Catarina constituída de mata nativa, morros, rios, lagoas concorre às apropriações e práticas seculares que podem incidir contemporaneamente nas representações de piqueniques, trilhas e acampamentos. Os imigrantes, desterrados ou não, parecem fundamentais na produção das representações envolvendo tal meio ambiente, não se restringindo à localidade em questão. Este seria o caso de um grupo de meninas alemãs com suas atividades ligadas a Igreja Luterana da cidade de Florianópolis, que em meados de 1930 relataram numa escrita ordinária, práticas de passeios envolvendo tipo de atividade física, cânticos pela cidade, contato com meio ambiente. Produzem sentidos de uma germanidade além-mar, pois, nesta produção escrita em alemão há tanto a redação de uma carta endereçada a outro grupo de jovens, na Alemanha, quanto relato de práticas em cidades do Estado de Santa Catarina (interior e litoral). Portanto, os resultados apontam evidências do uso social da escrita que participa de processos migratórios e que produz sentidos que envolvem apropriações do espaço das cidades e representações do grupo em questão.