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Os processos recentes de patrimonialização de bens culturais em cidades contemporâneas, especialmente de bens tangíveis imóveis, longe de consensos, geram acirradas polêmicas em relação à presença do passado no cotidiano urbano. Neste sentido, os atos intencionais de depredação de bens protegidos pelo Estado, atos os quais geralmente se atribui a alcunha de "vandalismo", suscitam práticas e representações conflituosas que colocam sensibilidades em confronto. Esta comunicação tem por objetivo apresentar uma proposta de pesquisa sobre os atos de vandalismo contra o patrimônio cultural em Joinville-SC, entre os anos de 2003 e 2013, a qual procurará compreender a historicidade da construção de uma "ordem patrimonial", bem como suas subversões. Mobilizando fontes oficiais produzidas por órgãos responsáveis pelas políticas públicas de patrimônio cultural e textos e imagens da imprensa, pretende-se argumentar que a temática do vandalismo contra o patrimônio consiste num relevante problema de investigação no campo da História, especialmente no domínio da História do Tempo Presente. Para tanto, serão apresentadas as discussões teóricas e os procedimentos metodológicos, inseridos na perspectiva da História Cultural, que fundamentam a pesquisa. Buscar-se-á demonstrar ainda que a complexidade deste fenômeno contemporâneo pode contribuir na reflexão sobre como os usos e apropriações do patrimônio se relacionam com as sensibilidades e significados sociais sobre o espaço público urbano.