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Entende-se que o aparato repressor estabelecido nos anos da ditadura civil-militar brasileira utilizou-se dos mais diversos recursos para levar a cabo seu projeto de eliminação das esquerdas organizadas e seus/suas militantes, tendo sido a tortura uma política de Estado no período. Tal prática não ficou restrita aos/às tidos como subversivos/as, mas foi também aplicada àqueles e àquelas em relação de parentesco e/ou afetividade com os/as militantes políticos de quem se buscava arrancar informações, incluindo aí crianças, filhos e filhas de presos/presas políticos/as. Este trabalho surge a partir de minha pesquisa de mestrado, que recolheu, através de pesquisa no Arquivo Público do Estado de São Paulo e no Arquivo Edgard Leuenroth, uma série de denúncias de casos de tortura envolvendo crianças, e busca apontar como questões ligadas ao uso de meninos e meninas pela tortura na ditadura civil-militar podem ser discutidas no âmbito da história do tempo presente.