Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, II Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

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A Mitologia Liberal e a Jornada do Herói em Mauá: O Imperador e o Rei (1999)
Thiago Henrique Felício

Última alteração: 2014-09-25

Resumo


Este trabalho analisa “Mauá: O Imperador e o Rei” (Sérgio Rezende, 1999), detendo-se essencialmente em sua narrativa. O filme expressa fortemente o que podemos chamar de romance histórico tradicional, por conta de seu conteúdo dramático, de sua ambientação num passado mítico da história do Brasil, construído a partir de um aparato cenográfico monumental, aos moldes do cinema norte-americano. O objetivo foi o de inseri-lo num contexto da estética cinematográfica do final do século XX, cuja tônica do ressentimento foi uma recorrência, conforme o identificou o professor Ismail Xavier, um dos mais importantes teóricos do cinema brasileiro da atualidade. Por isso, buscamos observar como um personagem – o qual, vale lembrar, já possui uma historiografia que o posiciona enquanto um importante representante de certos ideais liberais – é apropriado e reconstruído no cinema através de arquétipos e padrões de personalidades correspondentes aos já conhecidos estágios da “Jornada do Herói”, formula estabelecida por Christopher Vogler, e que já é à algum tempo uma recorrência em muitos filmes do cinema de mercado. Tais elementos mostram como, no contexto dos anos 1990, certos personagens históricos são eleitos enquanto ícones antirrevolucionários e, assim, colocados como uma alternativa pragmática e, logo, de maior dignidade política frente a outras posturas políticas, tais como o esquerdismo, em geral retratadas como uma forma de ressentimento.

Palavras-Chave: Mauá, Herói, Mito.


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