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Disputas simbólicas no processo de construção de um patrimônio histórico: a Casa Lambert de Santa Teresa - ES
Última alteração: 2014-09-25
Resumo
Este trabalho apresenta reflexões sobre o processo de tombamento da Casa Lambert, localizada em Santa Teresa-ES, ocorrido na década de 1980, bem como fases significativas de sua história que incluem a restauração (2010) e a transformação do espaço em museu (2011). A “Casa”, construída em 1875 pelos irmãos trentinos Virgílio e Antônio Lambert, representa uma possibilidade de “leitura a contrapelo” (Benjamin) da história da cidade, ao se problematizar as concepções dominantes de patrimônio histórico que fazem recortes ideais, desvinculam os sujeitos e escondem tensões e conflitos. Buscando analisar as disputas simbólicas e o confronto de ideias que envolvem a elevação de um lar a patrimônio da cidade, consideramos a cultura em suas dimensões plurais, reinventada constantemente pelos sujeitos por meio de suas experiências (Thompson) e projetos socioculturais. Nessa perspectiva, a Casa Lambert aproxima-se da “mônada” benjaminiana, ou seja, um recorte no todo para desvelar visões de mundo, imagens e valores imbricados na tradição local que incidem sobre o patrimônio histórico, considerando que a modernidade capitalista traz sérias implicações para a relação entre história e memória. Assim, é importante dialogar com diferentes temporalidades, tensionando o processo de educação das sensibilidades historicamente construído que atua sobre as experiências vividas e a memória coletiva no presente.
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