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O skate foi uma invenção norte-americana que se globalizou e, no presente século, configura-se como uma atividade esportiva bastante praticada. No caso do Brasil, ele é considerado o segundo com o maior número de adeptos, ficando atrás somente do futebol. Sua inserção no país ocorreu durante a década de 1970, momento de expansão dos chamados “esportes californianos”. No início, o skate foi geralmente representado como uma derivação do surf, sendo bastante conhecido pelo nome de “surfinho” ou “surf de asfalto”. Nesta época, seus praticantes apenas desciam ladeiras descalços e imitando o que os surfistas realizavam nas ondas do mar. A partir da segunda metade da década de 1970, entretanto, a prática começou a sofrer um processo de esportivização e ser noticiada com maior freqüência na mídia impressa. Entre as publicações que o abordaram neste período, destaca-se a revista POP, publicada mensalmente pela editora Abril entre os anos de 1972 e 1979. Com base nas reportagens sobre skate veiculadas nessa revista, foi pesquisado o modo como ele foi noticiado para os leitores, enfatizando o lugar ocupado pela indumentária como um instrumento que impulsionou a transformação do outrora “surfinho” num esporte “radical”. O uso obrigatório de tênis e a divulgação das roupas que expressavam um “espírito fun”, estampadas com desenhos e cores vivas, foram alguns dos fatores que deflagraram o processo de transformação dessa prática corporal em atividade esportiva.