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A pesquisa tem como objetivo problematizar a Reforma Agrária em Vila Amazônia (Parintins/AM) realizada em 1988 através da análise do significado que este processo teve para moradores da região. Pretende, também, perceber as expectativas e tensões criadas na aplicação de uma série de políticas públicas voltadas para a Reforma Agrária. Intrigava perceber que estas políticas tinham pouca efetividade devido à falta de diálogo entre os órgãos governamentais e os moradores da região. Ao perscrutar suas narrativas orais, inquirir documentos oficiais, cotejar a imprensa escrita e ao ler as interpretações produzidas por intelectuais sobre as populações de áreas rurais do Amazonas, percebemos que a política classista de apropriação de terras esteve historicamente atrelada à produção de um estereótipo destes moradores tradicionais, através da inferiorização de seus modos de vida e do ocultamento de suas demandas. Na Amazônia, a apropriação de terras tem como objetivo destituir povos indígenas, negros quilombolas e caboclos de suas terras, onde moram há gerações. Com a Reforma Agrária e sob a condição de assentados essa tensão é fortalecida na relação com o poder público, uma vez que o Estado reitera a política de invisibilidade dos sujeitos que habitam a região. A História Social, através da História Oral, tensiona uma memória hegemônica que foi produzida sobre Vila Amazônia e Parintins e uma série de concepções e modos de ver as pessoas que vivem na/da floresta e suas práticas sociais.