Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, III Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

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A (des)construção do inventário de patrimônio cultural de Joinville-SC: disputas, discursos e interesses antagônicos
Christiane Heloisa Kalb

Última alteração: 2017-10-14

Resumo


O patrimônio cultural da cidade de Joinville vem sendo construído paulatinamente a partir de políticas públicas voltadas à sua preservação. No entanto, nem sempre estas políticas estão em sintonia com o que a população deseja preservar e ver preservado. O presente artigo, assim, tem o intuito de analisar a (des)construção de uma política pública de preservação de patrimônio, instituidora do inventário de bens culturais, chamado IPCJ – Inventário do Patrimônio Cultural de Joinville. As marcas e os rumos escolhidos a partir da etnicidade é o discurso do patrimônio do Brasil, se observado a partir do olhar catarinense, e isso também se aplica à realidade joinvillense. Mas o patrimônio não é importante por si e per si. São os valores atribuídos sobre tais bens que vão se modificando a partir das pessoas e das políticas com o decorrer do tempo. O discurso vai mudando e, ao mesmo tempo, valorizando outras etnias. O olhar étnico é o discurso oficial da Fundação Cultural Catarinense e isso pode se repetir em outras cidades, em suas Comissões de Patrimônio ou não, como muitas vezes ocorreu na Comissão da cidade de Joinville. No entanto, é preciso problematizar esse discurso da etnicização para se entender os usos do passado e a sua invenção a partir de outros vieses transversais, como, por exemplo, por meio do olhar do trabalho ou da economia. O método utilizado foi qualitativo, por meio de pesquisa bibliográfica e documental junto à Fundação Cultural de Joinville. Realizei ainda entrevistas com atores envolvidos no processo de criação da lei de inventário. Este recorte é parte integrante da tese de doutorado desenvolvido junto ao Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas, PPGICH, da UFSC, defendida recentemente. Por ora, o que se conclui é que há uma falta de diálogo entre os envolvidos nos processos de patrimonialização, gerando ações que são de “cima para baixo”, nem sempre em consonância com que é esperado pela cidade.


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