Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, III Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

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Laguna entre a memória e o discurso do patrimônio: as leituras sobre a “cidade-documento”
Carlos Eduardo Macagi, Daniel Barreto Lopes

Última alteração: 2017-10-10

Resumo


Este trabalho pretende problematizar o papel das ações e discursos patrimoniais em Laguna (SC), com enfoque no processo de tombamento do Centro Histórico da cidade. O contexto histórico da atribuição de valor cultural à Conjuntos Urbanos, inscritos nos Livros do Tombo do IPHAN, no período compreendido a partir da década de 1980, se reveste com uma nova maneira de interpretação dos fatos históricos, tal como exemplificado no processo de tombamento de Laguna-SC, iniciado em 1984 e finalizado em 1985. Tendo como ponto inicial de discussão o processo de tombamento a nível federal de Laguna, procuramos investigar como se deu a atribuição de valor cultural a partir de seu valor histórico, onde ressalta-se não o valor excepcional arquitetônico, mas sim o de documento para a história urbana do país pelo papel desempenhado em função de sua localização e pelo valor de “testemunho histórico” da ocupação humana no território. Após a investigação dos motivadores e critérios na documentação do processo de tombamento federal de Laguna, percebemos que, ao longo do tempo, os conceitos de preservação utilizados no processo de patrimonialização de Laguna pelo IPHAN continuam em voga. No entanto, as modificações paradigmáticas da instituição, bem como a evolução do pensamento internacional acerca do patrimônio, propõe trabalhar o patrimônio como potencial de desenvolvimento socioeconômico e cultural, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de vida das populações detentoras dos bens culturais. Tal expectativa levanta, pois, questionamentos sobre até que ponto o discurso de patrimônio autorizado construído pelo IPHAN dialoga com os lagunenses e como esses moradores se apropriam desse discurso patrimonial. Para essa análise, utilizará da metodologia da história oral, a fim de melhor entender como o espaço patrimonializado é valorado pelo discurso de memória idosos locais e, dessa forma, contemplar diferentes leituras sobre a "cidadedocumento".

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