Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, III Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

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O neo-populismo como alternativa à democracia?
Valdenésio Aduci Mendes, Raony Odremán Mendes

Última alteração: 2017-10-11

Resumo


A participação de Hugo Chávez no cenário político venezuelano contemporâneo ocorre em um primeiro momento em 1992, quando promoveu um golpe de estado militar frustrado. Depois de preso voltou à cena política por vias legais como presidente da República da Venezuela em 1998. A partir daí o mandatário enveredará seus esforços no sentido de refundar a República venezuelana, contrapondo-a ao passado oriundo da IV República da Venezuela. Para a configuração de tal projeto fará uso da imagem de Simón Bolívar e do passado pós-independência, articulando extratos temporais distintos que estarão presentes na V República ou na República Bolivariana. Ancorado em atitudes típicas do populismo clássico latino-americano, Hugo Chávez procura, a partir de então, uma relação direta com a parcela da população que esteve excluída de processos políticos, econômicos e sociais durante décadas. Com base neste ideário, abre-se o caminho para o maniqueísmo político, cuja práxis estabelece o antagonismo entre patriotas ou apátridas, povo ou oligarquia, socialista ou capitalista, tal como sinalizavam as palavras de ordem de seu governo: Pátria, Socialismo ou Morte! Com Chávez tudo, sem Chávez nada! Em pleno século XXI, a Venezuela está envolta em uma crise profunda, a qual tem a ver com os diversos problemas que se arrastam desde o final da década de 1970, e que o governo de Hugo Chávez se mostrou incapaz de resolvê-los. A economia venezuelana está fortemente atrelada à economia mundial, e Nicolás Maduro parece não reunir as características políticas para tirar a Venezuela da profunda crise em que se encontra no momento. Uma questão de fundo norteará a proposta deste trabalho: qual a possível saída para a superação da crise política na Venezuela, já que o neopopulismo e o mandonismo não parecem ser alternativas aos problemas que o país enfrenta?


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