Este trabalho objetivou investigar uma possível divulgação do neoliberalismo através das páginas amarelas da revista Veja, no período de 1989, marcado pela primeira eleição direta para Presidente da República desde a Ditadura Militar. O intuito foi verificar como essa ideologia foi ganhando a aceitação dos veículos da imprensa. Assim, uma vez o neoliberalismo tendo sido incorporado no país, seu receituário acabou por orientar as políticas de desenvolvimento, e isso tanto a nível nacional quanto regional.  A década de 1980 possui o rótulo de “década perdida”. Tal chavão surge predominantemente da área econômica, devido aos inúmeros problemas da agenda nacional. Entretanto, esta década também foi palco de mudanças políticas relevantes em nosso país como o fim do regime militar e a promulgação de uma nova constituição. Esse período também é pontuado pela crise do socialismo e pela expansão do receituário neoliberal pelo globo, através do Consenso de Washington e dos órgãos internacionais, notadamente o Fundo Monetário Internacional (FMI). O método de pesquisa utilizado foi a leitura e análise das páginas amarelas da revista Veja publicadas em 1989. Este trabalho irá contemplar, das vinte e quatro entrevistas efetuadas, três delas:  Otávio Bulhões, Roberto Campos e Jefrrey Sachs. A escolha se deu por todos serem renomados economistas, com participação e aconselhamento nacional e internacional.  A pesquisa sugere que a revista concedeu mais espaço a personalidades aderentes a correntes liberais, inclusive, conduzindo perguntas e distorcendo informações e notícias das áreas progressistas, sabotando qualquer suposta imparcialidade na publicação de ideias.