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Valorização da paisagem como patrimônio cultural
Última alteração: 2017-10-16
Resumo
Este trabalho pretende analisar a paisagem urbana na área central de Blumenau/SC – Brasil, para demonstrar a importância dessa paisagem historicamente construída como um bem patrimonial que deve ser valorizado. A principal problemática urbana e que já está afetando diretamente a paisagem histórica e culturalmente construída, são as sucessivas tentativas do próprio poder público em tentar vender a cidade como um objeto, através de imagens emblemáticas e cenários construídos ao longo do tempo. Essas políticas públicas tratam da espetacularização urbana, da mercantilização dos espaços e da própria paisagem da cidade. O principal argumento deste trabalho é que, com os processos de renovação urbana sinalizando para essas áreas, corre-se o risco de deformação ou de desaparecimento, ocasionando assim, perda irreversível à cidade contemporânea e as futuras gerações. As cidades brasileiras conhecem rápidos processos substitutivos - decorrentes da fraqueza da legislação urbanística que permite uma acelerada dinâmica do capital imobiliário -, que transforma o tempo numa variável determinante para a manutenção da paisagem e da memória urbana dessas cidades. A principal relevância do trabalho é discutir que a introdução de políticas para a valorização da paisagem não deve ser somente estética, mas sobretudo social, ou seja, encarar os novos desafios à preservação. Serve para conservar suas raízes e fortalecer suas identidades, evitando assim, perda irreversível à cidade contemporânea e às futuras gerações. A expectativa de contribuição para o tema da sessão é a de incluir valorização da paisagem como elemento cultural, ou seja, como um bem patrimonial que se enquadra numa nova dimensão das políticas patrimoniais. Serve também para democratizar esse patrimônio, que não deve ser apenas estético, mas que deve contemplar os ambientes que marcam a vida cotidiana das pessoas.
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