Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, III Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

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Valorização da paisagem como patrimônio cultural
Bernardo Brasil Bielschowsky

Última alteração: 2017-10-16

Resumo


Este trabalho pretende analisar a paisagem urbana na área central de Blumenau/SC – Brasil,  para  demonstrar  a  importância  dessa  paisagem  historicamente  construída  como  um bem  patrimonial  que  deve  ser  valorizado.  A  principal  problemática  urbana  e  que  já  está afetando  diretamente  a  paisagem  histórica  e  culturalmente  construída,  são  as  sucessivas tentativas  do próprio  poder público em  tentar vender a cidade como  um  objeto, através de imagens  emblemáticas  e  cenários  construídos  ao  longo  do  tempo.  Essas  políticas  públicas tratam da espetacularização urbana, da mercantilização dos espaços e da própria paisagem da cidade. O principal argumento deste trabalho é que, com os processos de renovação urbana sinalizando  para  essas  áreas,  corre-se  o  risco  de  deformação  ou  de  desaparecimento, ocasionando  assim,  perda  irreversível  à  cidade  contemporânea  e  as  futuras  gerações.  As cidades  brasileiras  conhecem  rápidos  processos  substitutivos  -  decorrentes  da  fraqueza  da legislação  urbanística  que  permite  uma  acelerada  dinâmica  do  capital  imobiliário  -,  que transforma  o  tempo  numa  variável  determinante  para  a  manutenção  da  paisagem  e  da memória urbana dessas cidades. A principal relevância do trabalho é discutir que a introdução de  políticas  para  a  valorização  da  paisagem  não  deve  ser  somente  estética,  mas  sobretudo social, ou seja, encarar os novos desafios à preservação. Serve para conservar suas raízes e fortalecer suas identidades, evitando assim, perda irreversível à cidade contemporânea e às futuras  gerações.  A  expectativa  de  contribuição  para  o  tema  da  sessão  é  a  de  incluir valorização da paisagem como elemento cultural, ou seja, como um bem patrimonial que se enquadra numa nova dimensão das políticas patrimoniais. Serve também para democratizar esse patrimônio, que não deve ser apenas estético, mas que deve contemplar os ambientes que marcam a vida cotidiana das pessoas.

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