Última alteração: 2017-10-16
Resumo
Para o estudo da história das bandas, dos participantes, dos shows e dos espaços que compunham a Cena Alternativa Norte-Nordeste Catarinense, pesquisei em meu doutorado fontes como: jornais, cartazes, gravações, fitas demo (fitas K7 com as produções das bandas), capas de fitas demo, CDs, vinis, letras de músicas, fotos, vídeos, fanzines (jornais alternativos) e cartazes de shows. Estas produções diretamente ligadas ao tema estão atualmente disponíveis na internet, mas pertencem a arquivos pessoais, e ajudaram a compreender questões da estética da cena, da sonoridade, da produção artística, do funcionamento e da performance das bandas da cena. Atualmente os “colecionadores” são responsáveis pela difusão de um infinito número de materiais relacionados à música. Impulsionados pelas facilidades das tecnologias como o acesso mais rápido a internet, os mesmos são responsáveis pelo armazenamento e difusão de muito material relacionado à música. José Vinci de Moraes (2011, p. 24) afirma que “alguns deles assumiram nítida opção e vocação para a pesquisa histórica e formaram rigorosos acervos”. Materiais como fitas demo, cartazes de shows e vídeos das bandas estudadas em minha pesquisa de doutorado sobre a Cena Alternativa Norte-Nordeste Catarinense, se encontram hoje digitalizadas e disponíveis a todos na internet. Além de estes arquivos juntarem materiais de diferentes origens, e que só estão compilados lado a lado graças ao trabalho individual dos administradores e colaboradores dos blogs, eles também garantem que os audiovisuais sejam preservados, já que fitas cassetes e VHS são suportes de fácil deterioração. Segundo Vinci (2011), no século XXI, os acervos digitais são um importante repositório de fontes, principalmente as audiovisuais. Segundo o autor (VINCI, 2011, p. 23), “as relações e as práticas culturais informais continuaram a se multiplicar na sociedade brasileira”. Neste sentido, observo os arquivos pessoais através das ações dos “colecionadores digitais”.