Última alteração: 2017-10-11
Resumo
Historicamente os Estados-Nações dedicam-se à ocupação do território através de estratégias políticas, econômicas, culturais e sociais. No caso brasileiro, a preocupação com a integração nacional concentra-se entre as estratégias de ocupação do território e a conexão político-econômica. A partir da década de 1960 a geopolítica nacional pautou-se, sobretudo, sobre o controle físico do continente sul-americano no sentido de controle das áreas vitais. Entretanto, emerge a importância de discutir-se o papel desempenhado pelo futebol como um potencial instrumento integrador, visto a relevância desse esporte além da prática lúdica. O impacto da conquista do mundial de 1970 pela Seleção Brasileira evidenciou inúmeras possibilidades de apropriação do futebol para a propaganda política do regime civil-militar. Nesse sentido, o presente artigo objetiva identificar as relações estabelecidas entre a criação do Campeonato Brasileiro de Clubes em 1971 e a organização da Taça Independência no ano de 1972 com a lógica vigente de integração do território nacional. No caso da elaboração do Campeonato Brasileiro de Clubes, em 1971, ressalta-se a adoção de um modelo que priorizava a inclusão de agremiações de todas as regiões do país, sendo que destacam-se os investimentos em equipamentos esportivos, sobretudo, em estádios. Já no ano de 1972 é organizada a Taça Independência, conhecida também pela alcunha de Mini-Copa do Mundo, como parte dos festejos pelo Sesquicentenário de Independência do Brasil, que em seu conjunto contaram com comemorações cívicas por todo território nacional. Para compreenderem-se os papeis desempenhados por essas competições na conjuntura do regime civil-militar e na perspectiva da integração nacional buscar-se-á realizar a revisão bibliográfica e a coleta de informações em discursos oficiais e na imprensa brasileira.