Última alteração: 2017-10-11
Resumo
O presente artigo tem o objetivo de apresentar algumas considerações a respeito da condição política do exílio, particularmente em relação a um grupo de gaúchos exilados no Chile, entre os anos de 1970 e 1973. Para constituir esta proposta, entende-se o exílio a partir das contribuições teóricas de Terrorismo de Estado (TDE). Baseado em Fernandez (2011), esta noção compreende o exílio, como um dos métodos terroristas, aplicado pela ditadura civil-militar de segurança nacional brasileira, para aniquilar com os setores de oposição. Paralelamente a esta ideia de exílio, está o aporte da psicanálise, a partir de Rollemberg (1999), que se apropria do conceito para entender a situação (particular e coletiva) dos brasileiros exilados em outros países, após o golpe de 1964. A hipótese do trabalho é que uma abordagem interdisciplinar do conceito de exílio, inserido na perspectiva de processo, torne possível uma aproximação as reais dimensões deste fenômeno, não apenas no Brasil, como no Cone Sul, nas décadas de 1960 e 1970.