Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, III Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

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Vestígios da ‘solidariedade continental’: uma proposta de análise do projeto de cooperação Brasil-EUA durante o segundo governo Vargas (1951-1954)
Natália Abreu Damasceno

Última alteração: 2017-10-11

Resumo


Neste artigo propõe-se uma análise das convergências e divergências políticas, ideológicas e simbólicas entre os discursos de instâncias representativas do pensamento diplomático estadunidense a respeito do Brasil e as narrativas do debate político conduzido por parte da grande imprensa brasileira entre os anos de 1951 e 1954. Para tanto, lançamos mão da documentação diplomática produzida e recebida pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil neste período e das publicações semanais da revista O Cruzeiro, um dos mais tradicionais veículos midiáticos de grande circulação à época. A partir do exame destas fontes e do diálogo com questionamentos levantados pela literatura especializada nacional e internacional sobre o tema, vislumbramos as bases discursivas que sustentavam a legitimidade da noção de solidariedade e cooperação entre Brasil e Estados Unidos como via chave de análise da complexidade das relações entre ambos os países. Nesta perspectiva, entendemos que pensar que tipo de colaboração entre Brasil-EUA desejavam tanto os policymakers estadunidenses quanto as elites liberais-conservadoras brasileiras e observar quais os pontos de conflito e de consenso entre esses distintos - porém, em grande medida, complementares - projetos de parceria entre os dois gigantes da América é compreender o processo de consolidação da hegemonia estadunidense no continente americano num momento de franca elaboração dos contornos da Ordem Mundial do pós-Segunda Guerra.


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