Última alteração: 2017-10-12
Resumo
A cidade de Florianópolis, que será o objeto dessa pesquisa, não é simplesmente uma materialidade que, por meio da qual, se possa ler claramente o passado e o presente, para que possamos corrigir possíveis erros no futuro. Até porque essa era a perspectiva historiográfica do século XIX, que colocava o Estado Nacional à frente de um projeto uniformizador de passado e futuro. O recorte local pode ser um ponto de partida para problematizar suas mudanças e permanências ao longo tempo e, intencionalmente, deve ser comparado com outros locais para avançar as discussões, potencializando a consciência sobre o tempo presente. Na cidade há uma diversidade de elementos simbólicos, que nos possibilitam inúmeras abordagens, um espaço para onde se pode estimular uma “educação do olhar”. A “leitura da cidade” é um processo de interpretação de códigos e suas linguagens, sobrepostos no tempo e no espaço, mas precisam ser compreendidos, pois passaram por seleções, julgamentos e intencionalidades. Toda essa dimensão material da realidade humana, representada pelo patrimônio cultural das cidades, presente e incorporado ao cotidiano da pessoas, deve sem dúvida, apresentar-se de forma mais clara no currículo escolar, sobretudo na disciplina de história, que acaba tendo a função discutir essas questões e aproximar ao aluno. Para compreender como o Patrimônio Cultural de Florianópolis foi administrado e concebido até o tempo presente, é preciso recorrer à uma contextualização histórico acerca das principais medidas para se estabelecer, manter ou descartar o que foi de interesse em determinados setores da sociedade, que estiveram à frente das decisões e determinaram os rumos da política de preservação do patrimônio em Santa Catarina. A partir daí, sugerimos uma metodologia de ensino de história alinhada ao uso do patrimônio cultural da cidade, aproximando o aluno do conhecimento histórico, além de provocar uma visão crítica de seu mundo.