Sistema Eletrônico de Administração de Conferências - UDESC, III Seminário Internacional História do Tempo Presente - ISSN 2237 4078

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Para onde vamos? Cena de rock e espaços de sociabilidade em Florianópolis (1980-1989)
Carlos Eduardo Pereira de Oliveira

Última alteração: 2017-10-13

Resumo


Este trabalho tem por objetivo analisar algumas dimensões das relações sociais em Florianópolis durante a década de 1980, tendo como foco a investigação dos espaços de sociabilidade da juventude florianopolitana e sua relação com uma cena de rock, evidenciando aspectos que unem musicalidade e identidade, além de compreender a territorialidade da cidade através dos sons. A criação de espaços é essencial na constituição dos grupos sociais, uma vez que abarca diversas possibilidades de interação entre eles e a cidade – que possui territórios dotados de significados para as tribos existentes. Assim, dialoga-se com os estudos sobre canção e espaço, evidenciando autores que analisam o conceito de cenas musicais, como Will Straw, Fernanda Fernandes e João Freire Filho, além daqueles que exploram a concepção de territorialidades sônico-musicais, como Cíntia Fernandes e Michel Herschmann, que versam em uma reflexão sobre a ocupação dos espaços da cidade por meio da música. Partindo de casas noturnas e palcos itinerantes de show de rock como Lonazul, Taj Mahal, Degrau, Chandon, as fontes se baseiam em entrevistas realizadas com sujeitos envolvidos nestes espaços, como proprietários, frequentadores, músicos, radialistas e outros que, de alguma forma, os vivenciaram. Investigam-se como as memórias em torno desses espaços são construídas, entendendo-a como um fenômeno do presente e onde a partir de suas demandas determina o que será lembrado e esquecido, atuando diretamente na construção de identidades. Serão também utilizadas matérias de jornais que, através de lugares e bandas, destacam a cena musical na capital do Estado e que auxiliaram na sua construção e divulgação. Procura-se analisar o significado de tais espaços para uma cena de rock em Florianópolis, problematizando os signos de importância dos locais para entender a construção da identidade dos jovens urbanos, tendo como fio condutor a relação entre espaço, canção e cenas musicais.


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