Última alteração: 2017-10-14
Resumo
O seguinte texto, inserido no programa do Mestrado Profissional em Ensino de História da Universidade do Estado de Santa Catarina, visa pensar o conflito ocorrido na região do Contestado, em Santa Catarina, entre 1912 e 1916. A Insurgência da população cabocla tem sido constantemente revisitada por diferentes abordagens em diferentes interpretações. Aqui se pretende abordar as populações negras inseridas no contexto do conflito. Integrantes de grupos excluídos, caboclas e caboclos acabam silenciados nas historiografias que optam por outras centralidades nas narrativas. Enquanto uma mulher negra que procura pensar o Contestado, nesta pesquisa, esta questão emerge como estruturante. A Proposta Curricular de Santa Catarina assinala que a educação inclusiva deve possibilitar o acesso ao conhecimento com qualidade para que se aprenda a atribuir significados às informações vindas da sua cultura e aprenda a dialogar com as outras culturas. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais consta que o ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro para assegurar o conhecimento e o reconhecimento desses povos para a constituição da nação e possibilitar ampliar o leque de referências culturais de toda a população escolar para a mudança das concepções de mundo, contribuindo para a construção e reconhecimento de identidades mais plurais e solidárias. Determina a abrangência, entre outros conteúdos, iniciativas e organizações negras, que têm contribuído para o desenvolvimento de comunidades, localidades, regiões, destacando acontecimentos e realizações próprios de cada localidade. Entendendo a Insurgência do Constado como o maior conflito bélico ocorrido no Estado de Santa Catarina, com múltiplas questões a entrecruzando, outra abordagem narrativa, que contemple a população negra, pode ser possível e, vai de encontro com demandas contemporâneas do ensino de história.